quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Histórico da Regra Pernambucana - Introdução e Fundamentos



"Nada de grandioso se faz repentinamente". Essa máxima tão real e lógica, pode-se perfeitamente ser aplicada ao Futebol de Mesa, ou Futebol de Botão, ou ainda o  CELOTEX, como foi batizado na década de 20, quando surgiu e ganhou o nome através de Geraldo Décourt, natural de Campinas/SP.  Sobre este, inúmeras matérias podem ser encontradas na internet, definindo-o como o precursor do futebol de mesa no Brasil. Partindo dele, paulatinamente, o Celotex foi ganhando corpo e em todo o Brasil foi tornando-se conhecido, praticado e amado.

Em Pernambuco, nos idos de 1940, no bairro da Boa Vista, Aldiro Santos, a quem é atribuído o maior nome do Celotex pernambucano, juntamente com outros botonistas famosos como Armando Francisco (homenageado recentemente neste blog), Pedrinho Palmatória, Vilaça, Chico Barbosa, Mário Sandes, Severino Vieira, René Cézar, jogavam o celotex que logo passou a ser chamado de Regra da Boa Vista.

Praticado sempre nas garagens e terraços residênciais, a regra passou por várias moradas, sempre com acréscimo de simpatizantes e praticantes. Novas safras de celotexnistas foram se fazendo, com o sugimento de Gilvan Carvalho, Humberto Simons, Clóvis Sandes, Fernando "Gordo da Pipoca", Adão Pinheiro... passando inclusive a difundir a regra da Boa Vista em outros bairros recifenses, onde se destacou o bairro da Estância, donde pontificaram nomes como Lula Pesão, Hemetério, com seu irmão mais novo Paulo Felinto, o mais fanático praticante de celotex no Recife, Murilo, Aldênio e Rominho.

No início dos anos 60, quando a turma da Estância começou a frequentar o bairro da Boa Vista, foi então adotada definitivamente a REGRA OFICIAL DA BOA VISTA, a famosa regra da bola de borracha.

Novos botonistas se destacavam, como Valdir Santa Clara, os irmãos Abdon e Abiud e mais uma nova leva de craques do celotex: Ribamar, Tuca, Marcos Cardoso "securinha", Silvio Romero, Adilson, Paulinho, Nadilson e muitos outros. Ainda um nome, Armando Francisco Filho, o Armandinho, filho do saudoso Armando Francisco, bastante dinâmico no esporte, conseguiu com que o jogo trouxesse mais e mais adeptos. Através dele, o jogo foi levado para a sede do Santa Cruz Futebol Clube onde houve uma expansão significativa.

Em dias mais atuais, aos domingos pela manhã, no bairro de Boa Viagem, à residência de Francisco Barbosa, a nata de novos botonistas se juntavam para o jogo: Marcos "Bundão", Cláudio, Elvison, Paulo Jiquiá, Celso, Thiago Papinha, Juliano, João Antõnio e os já veteranos e cobrões nas mesas: René, Pedrinho, Demil, Abiud, Paulo Felinto, Ribamar, Hércules, Tuca, Marcos Securinha. Às quintas-feiras, em outro bairro do recife, o IPSEP, na residência de DEMIL, outros quilates também surjiram, como um Dinoraldo, Carlos Alberto "Albertinho", Humberto "securão".

Os anos foram se passando, e o celotex pernambucano, a Regra da Boa Vista, ia sendo cada vez mais praticada. Quando estava no Santa Cruz, força ela ganhou. Porém, a dificuldade na manutenção e o desisteresse do clube em manter a sala do botão em funcionamento, fizeram surgir um herói, um pai, que carregou nos braços e conduziu o celotex para um local próprio, independente. José Hércules Leite, apaixonado botonista,   com a Sala Brasília, adquirida por ele, fez a residência fixa do celotex, onde em 22 de Fevereiro de 2002, oficialmente foi inaugurada e até hoje é sede da então ASSOCIAÇÃO PERNAMBUCANA DE FUTEBOL DE MESA. Aqui, muitos nomes já passaram, destaques se fizeram, como Moisés Pena e Humberto Arruda, tidos, enquanto estavam conosco, como os grandes detentores da hegemonia do celotex, pois praticavam um futebol de mesa do mais alto nível técnico e podia-se dizer inclusive que não havia concorrentes para eles. Ainda hoje, nas outras regras em que passaram a disputar, se destacam pela grande técnica e ótima performance nas competições.

Entre tantos fatos ocorridos desde 1940 até os dias de hoje, este breve resumo nos mostra historicamente o surgimento de uma regra, dos primeiros movimentos nas garagens em torno das mesas, que redundaram em um paixão.

Essa paixão, traduzida e escrita em fundamentos por Abiud Ferreira Gomes, passaremos a publica-la divididas em PARTES, de forma gradativa, para que aqueles que pesquisam e queiram conhecer o celotex pernambucano, possa encontrar no presente blog, uma ferramenta útil para seu conhecimento.

Ao mesmo tempo em que divulgamos, homenageamos aqueles que fizeram do celotex, um verdadeiro esporte, com todo entusiasmo. Graças ao gesto de muitos, ele hoje segue de vento em popa. É o celotex, praticado na mais pernambucana das regras, a mais famosa Regra de celotex do Recife, agora e sempre, intitulada REGRA PERNAMBUCANA DE FUTEBOL DE MESA.

Recife, 16 de setembro de 2010
Hugo Alexandre de A. Oliveira



Hugo Alexandre - CHELSEA FCampeoníssimo

Um comentário:

  1. Meu caro Hugo. É sempre bom ver alguém tem interessado e entusiasmado com o futebol de botões. Peço apenas que passe a considerar a regra pernambucana como botãobol. Por quê? É a única que dá uma dimensão exata do que é transportar para a mesa uma partida de futebol.

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