quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Fundamentos do Botãobol (Regra Pernambucana) Parte I

Depois de conhecermos uma breve história do surgimento da Regra da Boa Vista, que deu origem à REGRA PERNAMBUCANA, hoje intitulada BOTÃOBOL, passaremos à partir desta postagem, a conhecer na teoria, os fundamentos da Bola de Borracha. Dividida em partes, queremos deixar ao alcance de todos, as considerações sobre tal, de forma que ajude inclusive aos próprios botonistas praticantes do BOTÂOBOL, que aprenderam a joga-la apenas na prática, para que possam aqui, encontrar e tirar suas dúvidas em relação à determinados lances que ocorrem no cotidiano da regra. Vejamos então a primeira parte:

CAPÍTULO I
Do campo de jogo

"Art. 1º. O Botãobol, obedecendo-se à Regra Pernambucana, é praticado em superfície de madeira, com formato retangular, semelhante a um campo de futebol, com as seguintes dimensões:

a) Para a mesa de jogo (conjunto de mesa, alambrado, traves e suportes em torno dos quais se pratica o Botãobol) : Máxima: 2,10 x 1,20m; Mínima: 1,80 x 1,10m; IDEAIS: 1,85 x 1,20m.

b) Para o campo de jogo, área entre as quatro linhas limítrofes: Máxima: 1,80 x 1,15m; Mínima: 1,45 x 0,90m; IDEAIS: 1,67 x 1,04M

Com o passar dos anos, o Botãobol adotou pequenas mudanças na mesa de jogo, inserindo um "fosso" entre o campo de jogo delimitado pelas linhas laterais e de fundo, e o alambrado, de forma que qualquer botão, ao ultrapassar essas linhas, cai diretamente neste "fosso", impedindo que o mesmo retorne ao campo depois de chocar-se com o alambrado. Esse mesmo botão, ao cair no fosso, retorna ao campo de jogo posicionando-se tangente à linha a qual saiu.
Visão de 4 campos da APFM. Na foto, percebe-se o "fosso" em torno da área de jogo.


Art. 2º. A marcação do campo de jogo, deve seguir as seguintes medidas, em regra:

a) As grandes áreas tem como medidas ideais: 11o x 300mm;

b) No centro do campo, há uma linha que divide em duas partes iguais; no meio desta, é assinalado um círculo com 100mm de raio, chamado de círculo central ou grande círculo.

c) Os gols ou metas medem 85mm de largura, por 58mm de altura, medidos pela parte de dentro e sua espessura é de 0,50mm. Em cada área há um ponto visível situado sobre uma linha imaginária perpendicular ao meio da linha de fundo e a 190mm da mesma. Esses pontos são as marcas de penalties. Tomando essas marcas como centro, são traçados arcos de círculos com 100mm de raio fora da grande área, sendo as conhecidas "meias-luas". Em cada canto do campo, há um quarto de círculo com raio de 25mm, de onde são cobrados os escanteios.

d) A traves ou barras podem ser confeccionadas em ferro, madeira ou alumínio, porém suas bases (traves verticais) devem ser revestidas de borracha ou material similar, a fim de diminuir os danos causados pelo impacto dos botões.

e) As mesas de jogo devem ser apoiadas em cavaletes ou similares e devem estar TOTALMENTE NIVELADAS a uma altura do solo ideal a 80cm.


CAPÍTULO II
Da bola

Art. 3º. A bola é esférica, feita em borracha, totalmente lisa. Seu raio varia de 5 a 6 mm (10 a 12 mm de diâmetro) e seu peso varia entre 4 a 10g.

Parágrafo único: A escolha da borracha para a confecção das bolas é essencial para a pratica perfeita do botãobol, onde deve-se optar pelo tipo "miolo de pão" ou outro com características semelhantes. Deve-se evitar borrachas muito duras e de pouca aderência.


Sua Excelência, a BOLA DE BORRACHA !!!


CAPÍTULO III
Das equipes

Art. 4º. Cada equipe é composta de onze peças, uma das quais será o goleiro e as outras dez, os "botões". Os jogadores são discos semelhantes a botões com diâmetro máximo de 42mm e mínimo de 32mm, com altura máxima de 7mm.

Art.5º. Os botões são feitos de materias diversos tais como: baquelite, galalite, acrílico, poliester, osso, chifre de animais, madeira...

Art.6º. É obrigatório o uso de números ou escudos na parte superior dos botões, de modo que possam ser diferenciados uns dos outros. Essa identificação é obrigatória em todas as partidas disputadas, seja amistosa ou oficial. Os botões também serão identificados através de nomes que podem ser colocados em baixo dos mesmos, grafados ou não.

CAPÍTULO IV
Do Goleiro

Art.7º. O goleiro é uma peça com características diferentes dos botões. Tem a forma cilíndrica e mede 4cm de altura, 6cm de diâmetro, confeccionado em acrílico ou material similar, com a parte superior ligeiramente abaulada e, em torno da base, com uma proteção de borracha ou material similar, evitando que choques com outros botões possam causar dano material. Estará sempre posicionado na pequena área, sendo que a metade ficará dentro do campo e a outra metade depois da linha de gol, dentro da barra. Para isso, torna-se necessário que o mesmo tenha uma linha delimitando sua metade.

§ 1º. O goleiro tem movimentos limitados. Pode ser deslocado para os lados, pelo técnico do time, para dar sequência a uma jogada ou para se posicionar melhor quando o adversário der o aviso de que vai chutar em seu gol. Com a utilização da palheta, pode ser impulsionado em jogada, desde que a bola esteja dentro da área de sua equipe. Se, ao jogar, não atingir a bola, o mesmo permanecerá no local em que ficou, até o adversário perder a posse de bola ou a mesma sair do jogo. Se, porém, o adversário for chutar a gol e der o aviso ("coloque-se") de que vai chutar, o goleiro volta a sua posição inicial. Se ainda o adversário, tiver condições de chute a gol, poderá faze-lo sem o aviso de "coloque-se", chutando a bola em direção ao gol, sendo considerado válido o gol marcado, se a bola adentrar a meta.

§ 2º. Se a bola ficar parada na parte superior do goleiro, na metade que fica dentro do campo de jogo, a jogada será considerada como "encaixe do goleiro" e a reposição da bola em jogo será feita em cobrança de TIRO DE META.
§ 3º. Se a bola ficar colada entre a trave e o goleiro, exatamente sobre a linha de gol, aplica-se o mesmo dispositivo anterior (tiro de meta).

§ 4º. Na cobrança de penalties, o goleiro deverá se posicionar antes do adversário que irá cobrar a infração, não sendo necessário que este dê o aviso de que vai chutar (não é necessário mandar colocar-se)


Os paredões do BOTÃOBOL



CAPÍTULO V
Do Técnico ou Diretor-Técnico

Art.8º. Chama-se técnico ou diretor-técnico a pessoa encarregada de conduzir os jogadores (botões). Ele deve ter um comportamento que deve primar pela ética e boa educação, portando-se convenientemente à mesa ou fora dela, sempre com atitudes respeitosas para com os adversários e árbitros.

CAPÍTULO VI
Da Arbitragem

Art.9º. Em disputas oficiais, todas as partidas terão arbitragem, competindo ao árbitro fazer cumprir as regras do Botãobol pelos litigantes. Sua decisão é irrevogável e deverá ser acatada pelas partes em confronto. O mesmo poderá solicitar ajuda de auxiliares quando tiver que decidir em jogadas consideradas de grande risco, mas a decisão final será sempre sua.

Parágrafo Único: Os preliantes, após o término da partida, poderão entrar com uma representação junto à entidade organizadora do evento, para as providências que se fizerem necessárias.

Art.10º. Em partidas amistosas, não há necessidade de arbitragem. Deve ai prevalecer a consciência de cada disputante. Entretanto, os mesmos podem solicitar a ajuda de algum assistente ao jogo para que opine sobre um ou outro lance da partida.


CAPÍTULO VII
Do tempo de jogo

Art.11º. As partidas oficiais terão, sempre, a duração de 30 minutos, com mudança de barra aos 15 minutos, sendo tolerado um intervalo de no máximo 5 minutos, para que sejam feitas substituições, limpeza dos botões e do campo, etc.

Art.12º. As partidas amistosas terão a duração de 20 minutos, podendo ser em tempo direto ou com mudança de barra aos 10 minutos, sem intervalo.

Art.13º. Na cobrança de penalties , mesmo que o cronômetro acuse o término da partida, esta somente será considerada finda após a cabrança da penalidade. Da mesma forma, quando o adversário, com a bola parada e com a posse da mesma, der o aviso de que vai chutar à gol antes que o alarme soe. Não poderá chutar se o aviso coincidir com o toque da campainha ou se a bola estiver ainda em movimento e a partida, então, será considerada encerrada.

Art.14º. Para o início da partida, em seus dois tempos, o cronômetro deverá ser acionado, por ordem do árbitro, nas partidas oficiais e por um dos competidores, nas partidas amistosas, simultaneamente com a batida do centro feita pelo centroavante que vai dar início ao jogo

Art.15º. O árbitro poderá parar o cronômetro quando sentir que a reposição da bola em jogo demorar em virtude de problemas extra-campo (falta de energia elétrica, mal-estar de qualquer pessoa que esteja no recinto, etc), dando continuidade tão logo cessem os problemas. "

Recife, 29 de Setembro do ano de 2010.
Hugo Alexandre de A. Oliveira.

 

Encerramos aqui, a primeira parte dos fundamentos do Botãobol. Na parte II, falaremos do "Início da partida", passando por todos os lances peculiares da regra.
Aqueles que tenha dúvidas ou comentários a fazer, deixem no final da pastagem ou envie para hugoalexandre79@gmail.com, pois estaremos sempre prontos para ajudar no que se fizer necessário.

É o Botãobol, o futebol de botão, proporcionando grandes e agradáveis momentos da vida !!!


Hugo Alexandre - CHELSEA FCampeiníssimo



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